Nestor Goulart Reis Filho, 1968
O livro trata da “evolução urbana no Brasil”, fazendo uma tentativa de mostrar que ela seguiu um plano de ocupação e que não é aleatória. Para isso, leva em conta vários exemplos históricos que comprovam essa análise, como o condicionamento do traçado, a existência de um plano de ocupação, e a relação ocupação e o plano, ou seja, se a comunidade aceitava ou não o plano e como se relacionava com ele.
Utiliza, também, dentro da metodologia, o conceito de “função urbana como função social. Por unidade do sistema social – ação, relação, posição, personalidade, emprego, instituição, camada, etc. – fenômenos sociais e desempenhar dentro deles ordem metodológica”. [Florestan Fernandes]. Analisa as funções urbanas como componentes do sistema global, conexão típica da função urbana. Contando que os centros urbanos são apenas componentes nucleares que, por isso, sua função está associada a esse contexto e a forma com que o individuo materializa essas funções [urbanismo moderno].
O autor ao caracteriza o Brasil colônia. Sua economia de exportação e toda a sua organização social, quer dizer: Latifúndio, mão-de-obra escrava, sociedade patriarcal, etc. Seu intuito é mostrar que o desenho urbano também está condicionado à colonização. Para corroborar com isso, apresenta diversas imagens dos principais centros do período (Salvador, Olinda e Rio de Janeiro) e as datas de fundação das vilas e cidades do Brasil. Essa analise vai até a descoberta do ouro pelos bandeirantes, e futuramente Minas Gerais, chegando até 1720, no primeiro conflito urbano.
Posteriormente, o autor discorre sobre como os núcleos urbanos se desenvolveram, uns pela dispersão, outros pela centralização e que esse sistema estava ligado ao sistema colonial internacional. E, que isso, gerou uma organização espacial específica, onde se aplicou a regularidade do traçado, ruas e praças que ligavam os domicílios aos edifícios públicos, preocupação com a aparência das praças e ruas (século XVII, por causa da maior utilização das ruas), quadras e lotes, bairros e zoneamento, construções e até a necessidade de monumentalidade, conseqüente, dos edifícios militares e religiosos, que desenharam o Brasil colonial.
Portanto, Nestor Goulart, afirma que “a urbanização no Brasil assumiu configurações específicas que não podem ser explicadas com empregos de modelos constituídos para análise da urbanização européia”. Seu estudo é bastante importante para caracterizar a dominação do espaço público pelos colonizadores. Na intenção de organizar e preparar as cidades para o seu futuro desenvolvimento.
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